A série Adolescência estreou na Netflix em 13 de março, com quatro episódios lançados simultaneamente. A trama acompanha Jamie Miller, um garoto de 13 anos acusado de assassinar uma colega de classe. Entre os momentos da série, o mais marcante, no meu ponto de vista, foi no último episódio, na conversa entre os pais tentando entender em que momento falharam. Muitas vezes, diria que na maioria, a correria do dia a dia resulta na falta de tempo com os filhos e, inevitavelmente, no sentimento de culpa pelas escolhas erradas que eles acabam fazendo.
Independentemente dos temas abordados ao longo da produção, como bullying, dinâmicas familiares e a subcultura juvenil nas redes sociais, a pergunta que permanece é: como evitar que um jovem de 13 anos cometa um ato tão extremo? Numa realidade em que a violência e as influências negativas estão a poucos cliques de distância, os pais enfrentam o desafio constante de proteger e orientar seus filhos, mesmo dentro de casa.
A ideia é lançar luz sobre a importância do que as crianças absorvem ao longo dos anos em seu convívio familiar e como isso se reflete em suas atitudes atuais. Outro ponto fundamental de análise é o dia a dia nas escolas, onde, muitas vezes, o ambiente que deveria ser dedicado ao aprendizado se transforma em um espaço de ansiedade, violência e caos. Alunos assumem uma autoridade que não lhes pertence, enquanto professores se mostram cada vez mais sem saber como lidar com a situação.
Por abordar todos esses pontos tão próximos da nossa realidade, a série se tornou um ativo extremamente relevante para a Netflix, alcançando grande sucesso de popularidade e engajamento com a audiência.
No ranking de demanda no Brasil das séries originais da Netflix lançadas em março deste ano, Adolescência ocupa a segunda posição, com demanda 15,6 vezes maior do que a média dos títulos monitorados. A diferença em relação ao primeiro lugar, Se a Vida Te Der Tangerinas (15,9x), é estatisticamente irrelevante. Ambas as séries apresentam o dobro da demanda do título na terceira posição.
Ao analisar a performance de demanda nos primeiros 30 dias após o lançamento, Adolescência apresenta resultado de demanda como "excelente" de acordo com a classificação da Parrot Analytics, com um desempenho 27 vezes superior à média. O destaque vai para o pico excepcional de demanda, que atinge 45 vezes a média, consolidando a força e o impacto da série.
Adolescência mostrou que o tema é universal, conquistando a atenção da audiência ao redor do mundo e se consolidando como verdadeiro fenômeno global. Todos os dez primeiros mercados no ranking apresentam patamar de demanda “excepcional” ou “excelente”. O Brasil aparece na 18a posição, também com desempenho notável: 27 vezes mais demanda do que a média dos títulos monitorados.
Educar adolescentes na atualidade reflete um cenário complexo, onde as redes sociais frequentemente substituem o diálogo presencial. A série Adolescência retrata com sensibilidade e profundidade esse contexto desafiador, oferecendo uma reflexão necessária sobre os dilemas enfrentados por pais, educadores e jovens.