O mês de julho é sinônimo de férias escolares, época do ano aguardada com ansiedade tanto pelas crianças quanto pelos adultos. Com os pequenos dentro de casa ao longo de todo o dia e a dificuldade dos pais em conciliar o trabalho com o recesso escolar, surge a pergunta recheada de sentimentos: O que fazer? É neste momento que o conteúdo infantil entra em cena como grande aliado.
Nos mais diferentes dispositivos, as crianças têm à sua disposição variedade de títulos, podendo encontrar seus programas favoritos não só em canais lineares como também em plataformas digitais como o YouTube e serviços de streaming. E, após a pandemia, quando o consumo de entretenimento alcançou novos patamares, a atenção desse público se tornou ainda mais disputada. Mas, em cenário de extrema competitividade, como mensurar a popularidade de um conteúdo?
Foi tentando responder a perguntas como essa que a Parrot desenvolveu métrica chamada demanda. Indo além das métricas tradicionais, a demanda considera toda a jornada de descoberta de um conteúdo e todos os seus pontos de interação online com a audiência. Utilizando base de dados robusta, a demanda engloba buscas online, engajamento nas redes, consumo de vídeo e open streaming.
De acordo com os dados, a demanda por conteúdo infantil no Brasil cresceu 63% no primeiro trimestre deste ano quando comparada ao mesmo período em 2020. Apesar de ter o auge da pandemia como o período de maior crescimento, é interessante observar que o conteúdo infantil continua registrando patamares superiores ao momento pré-pandêmico.
Além disso, essa demanda não está sendo totalmente suprida no mercado pois, no primeiro trimestre, correspondeu a quase o dobro de sua oferta. Ou seja, há mais interesse pelo conteúdo infantil do que disponibilidade, gerando oportunidade para produtores e distribuidores desse conteúdo, especialmente se analisadas as produções de origem brasileira.
Cerca de 4% de todos os títulos infantis disponíveis no País são locais, entretanto, essa pequena parcela corresponde por 29% da demanda do gênero. Ou seja, o conteúdo infantil brasileiro gera demanda cerca de 8 vezes maior do que sua oferta, o que reforça o potencial de investimento. As produções nacionais só ficam atrás em demanda das americanas (41%), patamar esperado dado a alta oferta dessas produções, que correspondem à metade do total.
A força do conteúdo local é evidente quando são analisados programas infantis de maior demanda no Brasil: seis títulos brasileiros alcançam o Top 10. Dentre eles, as animações Galinha Pintadinha e Bob Zoom têm o maior destaque. O ranking também indica a potência das novelas infanto-juvenis, com Carrossel, As Aventuras de Poliana e Cúmplices de um Resgate aparecendo entre os programas de maior demanda. Os três títulos foram produzidos pelo SBT e estão disponíveis na Netflix.
E, se depender dos títulos lançados nos últimos anos, esse ranking pode ficar ainda mais verde e amarelo. O Prime Video, por exemplo, apostou na fórmula de sucesso das novelas infanto-juvenis do SBT e, em parceria com o canal linear, produziu A Infância de Romeu e Julieta. Lançada no segundo trimestre deste ano, a produção, na semana de estreia, gerou demanda dezoito vezes acima da demanda média por um título no mercado brasileiro, um feito que somente cerca de 3% de todos os títulos alcançam.
Já o Disney+ e o Globoplay têm apostado em estratégias diferentes para seu conteúdo original. Enquanto o Disney+ investiu no lançamento da série Mila no Multiverso, que une o ingrediente brasileiro com a fantasia já característica dos títulos da plataforma, o Globoplay investiu em um dos mais poderosos IPs nacionais, lançando no ano passado Turma da Mônica: A Série. A produção tem no elenco os mesmos atores dos filmes live-action lançados nas telonas e que foram sucesso de bilheteria.
A pluralidade temática desses lançamentos demonstra a quantidade de espaço disponível nesse mercado para novas ideias. As oportunidades para a indústria de entretenimento são diversas e seja qual for o tipo de conteúdo, uma coisa é certa: as crianças e os adultos agradecem.