Mesmo em um ecossistema de mídia de entretenimento cada vez mais fragmentado, as séries nacionais continuam despertando grande interesse da audiência, abrangendo temas diversos como esportes, crimes, violência, infidelidade, entre outros.
Segundo dados da Parrot Analytics, a demanda média no Brasil para o portfólio de produções nacionais, lançadas entre janeiro e julho deste ano, revela aumento significativo de popularidade. Na semana de 8 de julho, a demanda média foi de, aproximadamente, cinco vezes maior em comparação com a primeira semana do ano.
Dentre as novas produções, há destaques como a série Pedaço de Mim, que, desde a estreia, apresentou pico de demanda no Brasil de 17 vezes mais do que a média de todos os títulos. A série marca a presença dos grandes dramas nas plataformas de streaming com formato mais extenso de 16 episódios lançados de uma única vez. A trama se baseia na história de uma esposa que tem o sonho da maternidade que, quando menos se espera, está diante de um fato único chamado super fecundação heteroparental. A série traz para os holofotes temas sensíveis como família, traição e crime.
Pedaço de Mim evidencia uma tendência dos últimos tempos, com talentos já muito conhecidos das novelas brasileiras, como Juliana Paes, Vladimir Brichta e Paloma Duarte, escalados como protagonistas em produções das plataformas de streaming. Ao analisar a popularidade dos três talentos envolvidos e comparar a demanda entre os primeiros vinte dias de julho e o primeiro mês do ano, o aumento é excepcional.
No início do ano, Juliana Paes já se destacava com demanda 13 vezes superior à média de todos os talentos, evidenciando sua altíssima popularidade. Porém, em julho, chega a 30 vezes mais demanda do que a média. Vladimir Brichta também apresenta aumento significativo, com demanda que passa de nove vezes no início do ano para 20 vezes em julho. Paloma Duarte, por sua vez, vê a demanda crescer de oito para 19 vezes no mesmo período.
Além disso, Juliana Paes não se limita ao reconhecimento no mercado nacional, mas também internacionalmente. Durante os primeiros vinte dias de julho, sua popularidade superou a média em países como Portugal, Uruguai, Argentina, México, França e Estados Unidos.
As grandes telas deixaram de ser a única forma de aproximar os talentos com a audiência, consolidando inovação e tendência que o streaming trouxe.
Da Ponte Pra Lá (Max) e O Jogo Que Mudou a História (Globoplay) também ilustram esse cenário de alta demanda pela audiência brasileira.
A temática de esportes marcou presença com lançamentos como o documentário Senna, por Ayrton, produção do Globoplay, e o original da Max, Romário, O Cara, que conta a história do popular “Baixinho” que movimentou e movimenta grande massa de torcedores e fãs apaixonados pelo futebol. Não só a performance está em evidência, como também a oferta de conteúdo nacional.
De acordo com o Content Panorama, produto da Parrot Analytics para mapear a oferta de conteúdo no mercado nacional e global, o Brasil apresenta papel de destaque em produções nacionais na América Latina, sendo drama (39%), comédia (19%), documentários (15%) e reality shows (10%) os principais gêneros de destaque. Esses dados se referem à oferta no primeiro trimestre deste ano.
Algo interessante de mapear nas produções brasileiras está relacionado à estratégia de lançamento. O lançamento episódico, onde se tem um episódio por vez, é o de maior share, seguido pela estratégia binge watching, pela qual os episódios são lançados todos ao mesmo tempo.
As novas produções já fazem parte das rodas de conversas. O bate-papo no café, escola, trabalho e até mesmo familiar sempre terá espaço para comentários de nova série ou dica do que assistir.
O mercado de streaming revoluciona não só a forma como as pessoas chegam até o conteúdo e seus hábitos de assistir, como também movimenta a indústria do audiovisual que, apesar de todas as dificuldades e desafios, está muito mais focada em entender e atender o fã brasileiro ávido por novas histórias.