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O cinema como promoção de um talento

31 March, 2025

Após esgotar o Allianz Parque pela terceira vez com o encerramento da bem-sucedida “Superturnê”, Jão utilizou o cinema para celebrar o último capítulo da turnê do seu quarto álbum de estúdio. Com sessões espalhadas pelo Brasil entre os dias 21 e 22 de março, o filme, que cobre a primeira e a última noite da turnê, além de trechos e entrevistas exclusivas, alcançou uma renda de 1,3 milhão de reais durante o final de semana, abocanhando o quarto lugar entre os filmes de maior bilheteria do período no Brasil. 

A estratégia de exibir shows no cinema não é novidade. De maneira recorrente, grupos de K-pop, como o BTS, contam com adolescentes cantando a plenos pulmões nas salas de cinema. Há cerca de dois anos, Taylor Swift e Beyoncé, dois dos maiores nomes atuais da música pop americana, também anunciaram os seus próprios filmes-concerto. Estrelada por Taylor, a “The Eras Tour” conseguiu arrecadar uma bilheteria global de 260 milhões de dólares. A nível de comparação, esse patamar foi superior à bilheteria de 8 dos 10 filmes indicados ao Oscar deste ano, atrás apenas dos blockbusters “Wicked” e “Duna: Parte 2”.

Com esses bons resultados é natural a reflexão se haverá investimentos para mais produções cinematográficas como essas. No entanto, vale entender a força que esses nomes carregam, seja no mercado global ou em seus respectivos mercados domésticos. De acordo com os dados da Parrot Analytics, empresa líder em análise de entretenimento global, o BTS e a Taylor Swift foram os artistas com o maior patamar de demanda global em 2024, registrando 197 e 142 vezes a média de todos os talentos mapeados pela Parrot, respectivamente. Dessa maneira, estamos falando sobre nomes com um amplo e significativo apoio global; algo difícil de ser replicado.

A demanda da Parrot engloba o consumo de buscas online, redes sociais, consumo em sites de vídeos e em plataformas open-streaming para filmes e séries. Através dessa metodologia, é possível mapear toda a jornada de descoberta e engajamento da audiência, quantificando a popularidade de um título ou de um talento na economia de atenção. Além disso, também é possível entender o perfil demográfico do público que engaja com esses assets. Em relação ao BTS e Taylor Swift, ambos os artistas apresentam um perfil mais concentrado entre meninas e Gen Z, especialmente o grupo coreano, já que cerca de 60% da sua audiência vem desse recorte geracional. 

Sem surpresas, a audiência do Jão também segue essa mesma identidade, registrando uma concentração mais forte entre o público feminino e mais jovem, com 67% do seu público sendo a Gen Z. Dessa maneira, é possível perceber como essa geração é fiel aos seus ídolos, acompanhando e consumindo o que eles disponibilizam nas mais diferentes frentes. É, acima de tudo, o reflexo da construção feita, tijolo a tijolo, na conexão desses artistas com a sua audiência. Se Taylor Swift convidava seus fãs para passar o dia em sua casa e escutar em primeira mão o lançamento de um novo álbum, o Jão escrevia uma carta a mão, que era entregue a um fã no final de cada show da “Superturnê”.

Essa conexão também pode ir além da divulgação de um filme-concerto, ajudando na promoção de um título. Ainda em março, a Netflix lançou “The Electric State”, dirigido pelos irmãos Russo e estrelado por Millie Bobby Brown e Chris Pratt. Como parte da estratégia de divulgação, Millie esteve no Brasil para promover o lançamento. Segundo os dados da Parrot, Millie registrou o dobro do patamar de demanda de Chris no Brasil em 2024, sendo um asset mais assertivo para uma promoção no país devido ao seu público já consolidado. O Brasil, inclusive, está entre os 10 mercados de maior média de demanda da atriz no ano passado.

Ao entender o cinema como um veículo para promoção, talentos de diferentes campos de atuação conseguem criar mais um ponto de conexão com a sua audiência, promovendo uma experiência que só uma sala escura é capaz de reproduzir. Da mesma forma, desde os tempos áureos do star system Hollywood se aproveita do engajamento de um talento. Em um mundo cada vez mais globalizado, entender a força de um nome dentro de um mercado é um caminho para decisões mais customizadas e assertivas.

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