Lançado no segundo fim de semana de junho nos Estados Unidos, "Amores Materialistas" surpreendeu ao conquistar mais de US$12 milhões em sua estreia, tornando-se a terceira maior abertura doméstica da A24. Dirigido por Celine Song, o filme acompanha uma casamenteira em Nova York envolvida em um triângulo amoroso. De acordo com o seu elenco estrelado, o filme subverte elementos tradicionais das comédias românticas.
No Brasil, "Amores Materialistas" chega aos cinemas no final de julho, com distribuição da Sony Pictures. E, mesmo antes de sua estreia, o longa já registrou sólidos resultados no mercado brasileiro. Dados da Parrot Analytics, líder global em inteligência de demanda para mídia e entretenimento, revelam que o Brasil foi o sexto país com maior patamar de demanda pelo título após o lançamento do trailer; e o segundo entre os mercados de língua não inglesa, atrás apenas do México.
Esse alto engajamento pode ser explicado, em parte, pelo elenco estrelado da produção. Com Dakota Johnson, Pedro Pascal e Chris Evans nos papéis principais, o filme reúne três nomes com grande apelo entre os brasileiros. No dia 22 de maio, data em que o trailer foi lançado, o Brasil figurou como o 20º mercado que mais gerou demanda por Johnson, o 5º para Pascal, além de alcançar um impressionante 2º lugar para Evans, refletindo uma base de fãs fiel e ativamente engajada nesses talentos.
Além disso, o interesse do público brasileiro pela obra da diretora Celine Song já vinha se consolidando desde “Vidas Passadas”, seu bem-sucedido longa de estreia. Em 2024, o Brasil foi o segundo mercado com a maior média anual de demanda pelo filme, atrás apenas dos Estados Unidos. Esse histórico reforça que “Amores Materialistas” chega ao país amparado por um conjunto de fatores que podem o colocar em vantagem no comparativo à outras produções independentes e semelhantes em orçamento.
Mais do que um caso isolado, o interesse por “Amores Materialistas” pode reacender uma discussão importante: há espaço para filmes românticos no circuito comercial de cinema? Depois de anos sendo redirecionado ao streaming, o gênero parece buscar, e talvez merecer, um novo lugar nas salas de exibição. No ano passado, “É Assim que Acaba” alcançou uma bilheteria global de US$350 milhões, enquanto “Todos Menos Você” se tornou a primeira comédia romântica a ultrapassar a marca global de US$200 milhões em quase uma década.
No streaming, comédias românticas lideradas por nomes conhecidos como Anne Hathaway, Nicole Kidman e Reese Witherspoon já vinham se destacando. Durante o seu mês de estreia, “Uma Ideia de Você”, filme estrelado por Hathaway para a Amazon Prime Video, registrou uma demanda global quase 57 vezes a média de todos os títulos, patamar atingido por menos de 1% de todos as produções mapeadas pela Parrot Analytics, independente do tipo de lançamento. No mesmo período, o filme ocupou a sexta posição entre os originais streaming com maior demanda global em um ranking liderado por “Bridgerton”, uma outra história romântica.
De acordo com os dados da Parrot Analytics, a demanda do gênero de romance, considerando séries e filmes, cresceu globalmente 21% em 2024 no comparativo com 2023. No mesmo período, o gênero registrou um crescimento ainda mais expressivo no mercado brasileiro, de 86%. Esse patamar reforça um interesse maior do que a média por esse tipo de história no país.
Outro ponto relevante é a longevidade dessas produções. Filmes como “10 Coisas que Eu Odeio em Você”, “500 Dias com Ela” e “De Repente 30”, todos lançados há mais de 15 anos, seguem registrando em 2025 picos de demanda considerados outstanding no mercado brasileiro. Isso significa que essas produções alcançam níveis que apenas 3% de todos os títulos mapeados pela Parrot Analytics atingem no país, independentemente do país de origem ou do gênero.
A depender da trajetória ao longo da sua exibição, “Amores Materialistas” poderá não apenas ser um sucesso para o portfólio da A24, mas também parte de um indicativo que filmes românticos ainda têm fôlego para ocupar as salas de cinema.
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